Mãos habilidosas que transformam, há 30 anos, pedaços de tecido em peças para enxoval de crianças carentes, fazem do Salão da Fraternidade, em Afonso Claudio, um porto seguro para recém-nascidos, crianças, enfermos e grávidas com poucas condições financeiras. A idéia nasceu a partir de visitas missionárias, lideradas pelo padre Arlindo Moura, aos morros da região, onde residiam famílias em extrema pobreza.
Além da necessidade de alimentos, medicação e outros subsídios oferecidos nas visitas, o padre percebeu a grande carência das grávidas e mães de recém nascidos, de roupas e agasalhos para os bebês. A partir daí, reuniu um grupo de pessoas dispostas a ajudar para, voluntariamente, costurar as peças de enxoval e doar para os necessitados. Todas as famílias ajudadas faziam parte de um cadastro, no qual se avaliava a necessidade de cada uma. As roupas eram lavadas até as casas, e quando necessário, até o hospital.
A mobilização da comunidade foi essencial para alavancar a idéia. As freqüentes contribuições com máquinas de costura, tecidos e aviamentos fizeram com que o trabalho social realizado ajudasse muitas famílias carentes.
Atualmente, são 12 voluntárias de 36 a 82 anos, que dão continuidade ao projeto em uma sala anexa a paróquia São Sebastião, no município. As contribuições continuam chegando para o desenvolvimento das atividades: tecidos, principalmente, enchem os armários, e logo se transformam em casaquinhos, cobertas, calças e blusas para crianças de até 12 anos. O projeto é mantido pelo incentivo da paróquia, pela disposição das voluntárias e pela boa vontade de todos que auxiliam com as doações.
O grupo se reúne toda segunda-feira a partir do meio dia. As doações são realizadas no próprio salão, onde diversas pessoas aguardam para receber o seu enxoval. Ao longo de 20 anos, foram quase 32 mil peças confeccionadas pelo projeto.